Silêncio Conivente e Atuação Apática: O Brasil Está em um Caminho Sem Volta?

A economia brasileira parece caminhar em direção a um abismo. Com indicadores que desmoronam em ritmo acelerado, milhões de brasileiros são arrastados para uma realidade de incertezas e sacrifícios. Nesta semana, o dólar atingiu R$ 6,26, um marco que enterra de vez a confiança no Plano Real e sinaliza um derretimento de quase 30% da moeda nacional somente em 2024.

E o que faz o Banco Central? Em um movimento desesperado, negociou R$ 27 bilhões em dólares no mercado para frear o avanço galopante da moeda estrangeira. Esse esforço, porém, mais parece um balde de água em uma fogueira: insuficiente e atrasado.

Esse cenário é apenas a ponta do iceberg. A desvalorização do real expõe a desconfiança dos investidores, a falta de clareza econômica e um quadro fiscal cada vez mais desestruturado. Mas a tragédia não para por aí.

Juros nas Alturas e Inflação Fora de Controle

A taxa Selic subiu para 12,25% ao ano, com o Comitê de Política Monetária (Copom) confirmando mais dois aumentos para 2025. O impacto dessa decisão será devastador para o crédito, o consumo e o investimento. Enquanto isso, a inflação, que deveria ser o alvo principal das políticas monetárias, permanece acima do teto da meta: 4,89% em 2024 e 4,60% em 2025, segundo o Relatório Focus.

E o que isso significa? O empobrecimento das famílias, especialmente das mais pobres, que já não conseguem acompanhar o aumento do custo de vida. Os números impressionam, mas são ainda mais cruéis quando se traduzem em dificuldades cotidianas: do supermercado ao pagamento do aluguel.

Empregos Precários e a Ilusão de Melhoria

Embora o desemprego tenha caído para 6,2% em outubro, a menor taxa da série histórica, a realidade por trás desse número é desoladora. A maioria das vagas geradas é informal, precária e mal remunerada, insuficiente para combater a corrosão do poder de compra. A recuperação do mercado de trabalho, tão propagada, é um espelho quebrado que distorce a verdade.

O Silêncio Ensurdecedor: Quem São os Cúmplices?

O Brasil enfrenta uma crise sem precedentes, mas o que mais impressiona é a complacência das entidades que deveriam liderar a reação. Onde estão as associações empresariais, os sindicatos e as lideranças políticas? Por que o Congresso e o Executivo continuam presos em uma postura reativa, enquanto o país afunda?

A ausência de mobilização social e institucional é um golpe tão duro quanto os números econômicos. O silêncio tornou-se cúmplice da inação, e a complacência fortalece a paralisia que ameaça destruir o futuro do país.

A Última Chamada: Agir ou Afundar

Não há mais espaço para discursos vazios ou promessas ocas. É preciso ação real e corajosa. O governo Lula tem a obrigação de apresentar um plano econômico robusto e transparente, enquanto a sociedade civil precisa romper sua apatia e exigir soluções concretas.

O Brasil não pode mais suportar dois anos de inércia. As consequências serão irreparáveis. A pergunta que ecoa é: até quando seremos espectadores do colapso? O relógio não espera, e o custo da omissão será dividido entre todos nós.

É hora de agir, ou de preparar o epitáfio de uma nação que teve todas as oportunidades, mas escolheu o silêncio como resposta.